E sou?

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BeloHorizonte, Minas Gerais
; Não sou eu, mas eu fui assim; e cheguei a quase ficar assim! Nem graças ao elixir de inhame eu hoje seria assim. E sentí-la morrer comigo, só então sentí-lo morrer dentro de mim. [Falo sobre o comportado apático e sobre a sensação de assim ter sido]

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Yeah baby!

I love sleep. My life has the tendency to fall apart when I’m awake, you know?

Ernest Hemingway

- Quero ter filhos agoraaaaa!


Once upon a time... from Capucha on Vimeo.

*-*

domingo, dezembro 07, 2008

mofo.

tudo bem, as coisas deveriam mesmo parecer colchas de retalho cor de mofo, uma dia quem sabe elas devam sublimar, mas agora? agora sim, o tempo é de deixar mofar, entupir o nariz e deixar mofar. e muito se resolve assim, o pão diário que foi deixado de lado, acabara por endurecer e mofar; aquela roupa molhada, acabara por mofar; o livro enxarcado de vodka acabará mofando; o seu dread lavado apenas em dias de chuva, este sim, com certeza mofou; a irmã sim, essa DEVE mofar, até que findará em mofo; eu provavelmente digo isso só pelo simples fato de não achar que seja válida a relação tão não-saudável, principalmente nos dias de domingo as oito da manhã em que a bendita alma resolve se comunicar virtualmente com os outros seres que deveriam mofar junto a ela, mas existem alguns outros fatos além deste citado aqui, a mania de arrumação na minha bagunça também é algo que eu não gostaria de compartilhar sempre como acontece. mas isso tudo se baseia apenas em uma coisa: o respeito pelas pessoas mofou, e algumas pessoas deveriam mofar quando isso acontecesse. então, parabéns a todas essas mofáveis pessoas. parabéns a um desamor mofado e indevido a quem divide a vida a menos tempo que eu neste recinto, a quem constrói todos os dias uma breve e superficial personalidade mofada. eu prefiro é criar minha colcha de retalhos cor de mofo em cima da minha bagunça, pelo menos ela não fede, só tem cor. bons devem ser teus dias tão mofáveis!

domingo, novembro 16, 2008

Bem vindo sejo o choro.

"Chorar lava essa coisa ilusória que a gente chama de alma,
chorar exterioriza o sentimento,
por pior ou melhor que seja,
chorar lava a carne,
salga a boca,
e limpa,
faz poça,
até onde seca,
até onde absorvemos tudo denovo,
até onde nos preparamos pra chorar denovo,
e que seja melhor que antes,
que seja mais uma,
porque chorar faz parte de nós,
chorar nós faz ser um tanto quanto mais humanos,
um tanto quanto mais nós mesmos,
dentro do poço ou fora dele,
mas sempre molhados,
por semos nós mesmos."

[Nathália Duque Gonçalves]


- endereçado a minha linda flor moça, Juliete.

Dahmer.

"Esses maravilhosos homens das tecnologias e suas fantásticas fábricas de fazer necessidades"
[André dahmer]
"Quanto mais se adoece
mais crê,
que se poderá viver,
ah! se não tem cura!"
-morre logo porra!

[Nathália Duque Gonçalves]

sábado, novembro 15, 2008

sem resposta a Ocean.

quando não há resposta a dar, e a gente fica com aquele olhar atento e quase tão terno quanto a atenção que cerca cada palavra, incalculável por letras que trazem um sentido maior do que se lê, o sentido do que há escrito nas sub-linhas, nos sub-espaços; no que se passa não só com a escrita crua, e sim com o que preenche além, o que leva a tona todo o poder, o sentir que palavras podem transmitir.
- é das palavras que eu falo, das palavras que podemos escrever. e tudo começou de um ponto inicial, o qual se resume em não saber responder o último recado.

15/11/08
[Nathália Duque Gonçalves]

sábado, outubro 25, 2008

metida num entresseio quase permanente, porém demaseado.


Quando me deito, me escorro e me dano a pensar, me debato; é quando sinto a carne retrair, o sangue pulsando a me lapidar enquanto escorre pelas arestas, é quando vejo o nada além, é quando mergulho na água do fundo do poço pertencente, sem subir após; quando me jogo no tal mar interno, o mar de mágoas, aquele que não se pode navegar, onde a gravidade é maior, não existe o permanecer acima ou o mero nadar, nele só me afundo, um só me afogo no intro-torpor de não ter ar, nem nada, de não me ter e nem me importar; o que não há, o vazio que há, o dentro hostil, as paredes que comprimem a ilusória alma, o que me torce tudo, o que me deixa suja a sangar, a arder no próprio asfalto corrente, quente - é isso que nos faz ser, é isso que não faz ter- demente, caída, a resistente na querência, até que os braços se tornem camisa de força, e não, camisa de fraca...


[Nathália Duque Gonçalves]

domingo, outubro 05, 2008

- amor sob medida;


Se você crê em Deus
Erga
as mão para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto
Sou igual a você
Eu nasci pra você
Eu não presto
Eu não presto

Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da sua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus

Se você crê em Deus
Encaminhe
pros céus
Uma prece
E agraceça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece.



[ Chico Buarque de Holanda]

domingo, setembro 28, 2008

é que

- quase sempre faço assim, quem assim não me acostumo,
quase nunca faço assim, que é pra ver se eu me acostumar a fazer.

sem quem

Meu amor eu vou-me embora,
meu amor eu vou-me indo
indo, ando, sem findo, sem mando
Eu vou pra não mais voltar
me buscar em qualquer lugar
se quiser lhe busco também
eu busco mais alguém
do que me toma, até quem
eu vou-me embora meu amor
quem sabe correr atrás do meu quem
sim, é alguém
sou, e não sou meu quem.

[Nathália Duque Gonçalves]

segunda-feira, setembro 22, 2008

"Toda pessoa tem o direito inalienável de estragar a própria vida"

[A. Poulain]

sábado, setembro 20, 2008

Suja



E todos os dias me nego a entender
O porque do fazer, da situação
E me ponho úmida
A cada momento infame de libertação
E a subjetividade complexa
Do tema a se tratar, não?
É um período ridículo de quando ficamos a mercê
Isso ou aquilo nos torna mais tolos
É... A perda
O não saber na significação desta
E tive?
Negação incompleta na espera
Ser mais do que quer
E ser aquilo que promoveria afeto.
Incompatibilidade de ações
Nos levam a uma infinidade de processos problemáticos
Há um acúmulo de desgaste
E a querência ou falta dela
Não é uma simples inverdade.
Deixemos de lado toda a situação
Que nos torna imóveis ao incômodo
Não é como antes,
Agora há com o que se preocupar
Mas há também a falta de disponibilidade
De aplicar a dialética no cotidiano.
É o nobre sentimento
Que faz mal na aceitação
Então renego a entendência
Pra ter mais onde deitar a cabeça
Nas noites de displicência
Pra derramar minha liberdade suja num colchão.

[Nathália Duque Gonçalves]

segunda-feira, setembro 15, 2008

É que Móveis faz milagre!


É isso mesmo, a concordância não está errada não!



-Vô?

- Vai! (um pontapé pré-show nem atrapalha né?)


Horas depois...

- Puuuuuuuuuuutamerda mulheeeeer! (estourando tímpanos)

- O que? Han?

- Fui!

- E aí?

- Foi!

- Naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaassa!


A verdade é que eu fiquei bem feliz, um feliz enciumado; afinal de contas uma de minhas meninas estava se envolvendo com um coyote negro bom de bico (Opa!), bom de uivo e de rosnado, e no fundo eu sabia que era perder a garota que ia nos envelopes; no fundo, eu sabia que o último endereço que eu a mandaria era praquele coração doído, (doído e apaixonado, diga-se de passagem).

Ela já saiu do envelope faz um tempo, hoje é uma dama de ouro, os rosnados e uivos são pra ela (as abaixadinhas de orelha também), o coiote cantante vira um galanteador rei de espadas e dentro do envelope guardado no fundo de um quarto sem porta, só Deus sabe o que acontece! (Deus e...cadê minha câmera?)

-Seis! Truco! Não é truco não, seis é só o começo, ou onze é o começo? Não importa começo, o que é importa é que não tem fim, os meios a gente vai vendo, sentindo, vivendo, amando, jogando truco, rosnando por aí, uivando pra amada, malhando escondido, escrevendo dedicatórias em livros, declarando amor em público, perdendo o juízo e outras cocitas mas, e o que bem ou mal for possível fazer, e claro, o impossível também, já que era impossível acontecer e aconteceu, por que não então ser sem limites?

Já é sem limites, e como Fernando Sabino já dizia: ‘...até desaparecer em direção ao infinito...’


- Sabe?

- Sei o que?

- Que Móveis move montanhas!

- Move o que? Como assim?

- E braços, pernas, mãos, beijos, e surdez momentânea e eufórica! (pelo menos foi isso que descreveram!); Te contar uma coisa...

- Han.

- Que placas tectônicas que nada, o que move mesmo é móveis, e sem parar!


[Nathália Duque Gonçalves]

domingo, setembro 14, 2008

Sexo diário continua sendo o melhor remédio...

"Sexo diário continua sendo o melhor remédio
Quem ama não adoece, quem tem tesão não tem tédio
Não mato cobra por que sou ecologista
Nem mostro o pau por que não sou exibicionista
Eu não escrevo teses, eu só escrevo tesões
Não faço subversinhos, só faço subversões
O que importa agora é o que nós vamos fazer daqui pra frente
O que fizeram do mundo? O que fizeram d´a gente?
Por isso eu vou dizer o que que eu acho
Ou a gente parte pra cima ou a gente fica por baixo
Sexo diário continua sendo o melhor remédio"

(Eliakin Rufino)

Cinzas cinzas


As cinzas postas por mim não tem o cheiro dinsfuncional do tabaco, tem o cheiro de uma cor imprecisa tom de neblina; só vou amontoando palavras que por si sabem a exatidão de seus efeitos, mas aqui, quem vos fala não tem esse dom desavergonhado dos bons... não psicografo palavras, não me comunico com elas, vez ou outra se apresentam a mim, fazem travessuras na hora do meu raro sono, tiram brincadeira covarde com minha memória, que ainda acordada é vazia e na hora do sono já morre.

O cheiro

disfuncional da

neblina, a

cor imprecisa

do tabaco.

Só vou amontoando porcarias.

sábado, setembro 13, 2008

Não é só mineiro que entende


"Viramundo, isolado num canto, ficava só olhando, olhando.
Logo o trem ia se afundando na distância. Levando consigo o barulho, a fumaça e a alegria dos meninos. Ficava no ar um vazio que era o trem já ter passado sem que nada acontecesse de diferente, só restando esperar o dia seguinte"

(O Grande Mentcapto - Fernando Sabino - 1979)