E sou?

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BeloHorizonte, Minas Gerais
; Não sou eu, mas eu fui assim; e cheguei a quase ficar assim! Nem graças ao elixir de inhame eu hoje seria assim. E sentí-la morrer comigo, só então sentí-lo morrer dentro de mim. [Falo sobre o comportado apático e sobre a sensação de assim ter sido]

sábado, outubro 25, 2008

metida num entresseio quase permanente, porém demaseado.


Quando me deito, me escorro e me dano a pensar, me debato; é quando sinto a carne retrair, o sangue pulsando a me lapidar enquanto escorre pelas arestas, é quando vejo o nada além, é quando mergulho na água do fundo do poço pertencente, sem subir após; quando me jogo no tal mar interno, o mar de mágoas, aquele que não se pode navegar, onde a gravidade é maior, não existe o permanecer acima ou o mero nadar, nele só me afundo, um só me afogo no intro-torpor de não ter ar, nem nada, de não me ter e nem me importar; o que não há, o vazio que há, o dentro hostil, as paredes que comprimem a ilusória alma, o que me torce tudo, o que me deixa suja a sangar, a arder no próprio asfalto corrente, quente - é isso que nos faz ser, é isso que não faz ter- demente, caída, a resistente na querência, até que os braços se tornem camisa de força, e não, camisa de fraca...


[Nathália Duque Gonçalves]

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