E sou?

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BeloHorizonte, Minas Gerais
; Não sou eu, mas eu fui assim; e cheguei a quase ficar assim! Nem graças ao elixir de inhame eu hoje seria assim. E sentí-la morrer comigo, só então sentí-lo morrer dentro de mim. [Falo sobre o comportado apático e sobre a sensação de assim ter sido]

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Estro II

De ti só quero três coisas:
Tua cama. Teu colo. Teu corpo.

De tua cama: teu travesseiro,
De teu colo: teus seios,
De teu corpo: o mundo...

[Nívia Maria Vasconcellos]

- Imbecil com R;

Quem vê o imbecil pela primeira vez,
não imagina o quanto pode ama-lo.

A ele pode-se chegar atravez da
limpidez de seus olhos sempre úmidos,
ou do tronco cheio de cócegas, e
talvez pela sombra que ele pode fazer,
sutilmente.

Mas não basta descobrir que teus
poros exalam o perfume característico
do teu corpo, nem perceber seu cabelo
de três tons ou que sua voz reflete
o que há do lado de dentro.

Vibrante corda dá permissão a palavras,
sussurros e berros, muitos berros.
O brilho cegante vive em meus olhos a
cada aparição, e não se rende por pouco.

Quem vê Renato pela primeira vez, não
imagina o quanto pode enlouquecer.

- Contos do lado de dentro da taverna;

[IV]~ E mesmo andando por esquinas, querentes e ambivalentes seriam tão distinguíveis não fosse a tal cegueira que acomete cérebros que andarilhos são ligeiros em demaseado. Andantes por caminhos menos suados, sem precisar de membros pra dar uma volta e reconhecer a paisagem vermelha venosa do outro lado da pele, a esta devemos o nobre aprendizado junto a músculos e cálcio, que proporcionam prática a racional distinção de três extremidades, imortalizada criançantemente por titia Eliana conhecedora das prevaricações necessárias.E vamos sem findar, seguindo Janis, cantarolando verbetes 'take another little piece of my heart' e bocejando que não é tão cedo demais 'no baby' pra abrir um amigo na primeira face páginada e dissecar o vivente viajante; segue-se...

natháliaduque.

- Contos do lado de dentro da taverna;

[III] ~ Os cabelos continuam emaranhados, as mentes ainda são insanas e as duas ainda atropelam vaidades e verdades alheias sob a desculpa limpa de viver. De ser e sorrir. Se arrepiando com depoimentos e visões cortantes demais, em momentos humanamente sensíveis. Elas vivem nesse mesmo mundo que nós, mas não pense que as encontrará ao virar uma esquina. Não o será. Suas identidades vivem escondidas no final do arco-íris, misturada aos narizes rubros e aos olhares esverdeados.

fernandanader.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

- Alvorada de Nathália

Enne acordou calada,
lesa
certa do sono inacabado
sonhou gritando lamúrias
se segundas frias
regava o tempo perdido
salivou água bucal lembrando
beijos passados
insistiu com travesseiros
ensaiou um passo consado
sorriu ao descobrir que sorria
Enne esquecera seu nome mais uma vez;

- Contos do lado de dento a taverna;

[II] ~ E dessa vez, que não era só uma, os cabelos lá estavam esgrouvinhados, como há sempre de ser, e quiçá brincando de caça ao tesouro com bolo de café e descobrindo que liberdade é como um salão de beleza unissex!sabemos bem que pelo avesso é uma experiência nada mortal, assaz humana e justa quando tudo fica a cargo de sutilezas a toda prova e rosnados de coiote escritos a giz-de-cera na infância brincante e estendida como um lençol verde pintado de risos coloridos, até que os dias que se seguirão últimos;

natháliaduque.

- Contos do lado de dento a taverna;

[I] ~ Era uma vez, num universo paralelo, duas latentes desbravadoras que se encontravam ébriamente em tavernas xadrezas. Certo dia, o mundo encobriu a maldade, os céus esconderam o sol e elas viram a verdade. Descobriram que números são dispensáveis, que letras onipresentes e que tudo, tudo que se deseja tatear pode ser medido em três polegares. Há quem ouse tatear estrelas distraídas e, à essa, que seja ambivalência, e há quem costuma corar-se de alegria, à essa, querência.
A história não termina por aqui.
Ambivalência e Querência aguardam novos capítulos e novas jornadas.
Um brinde aos polegares.

fernandanader.